O
Copom – Comitê de Política Monetária começa hoje sua primeira reunião de
2014, na qual decidirá, entre outras coisas, o reajuste da taxa básica de
juros, a Selic. A previsão é de um aumento de até 0,5 ponto percentual,
elevando a taxa dos atuais 10% ao ano para 10,5% a.a, com o objetivo de
controlar a inflação.
A
preocupação com a inflação continua, mas, na minha opinião, o governo deve cortar
sua própria carne, através da redução dos gastos públicos, um dos maiores
vilões do descontrole monetário. Deixar de usar medidas paliativas e enfrentar
o problema de frente, buscando suas causas reais. Lembre-se que o índice de
inflação real seria muito maior, não fosse a mão forte do governo, que
usou a máquina estatal para regular os preços. Fechamos o ano de 2013
fora da meta da inflação. A meta era de 4.5% a.a e a inflação acumulada
alcançou 5,91% a.a. Sem a intervenção no preço dos combustíveis acredito que
chegaríamos perto dos 8% a.a. Outro erro grave do governo é achar que fechou
o ano dentro da meta. Errado! A meta era 4,5% a.a com uma margem de 1,5 ponto
para cima. Ou seja, o governo confunde margem com meta/objetivo.
Um
exemplo da miopia causada pelo governo nos consumidores é a chamada taxa 0%
para financiamentos de automóveis, usada durante todo o ano de 2012 e 2013. Utilizaram-se
da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil para financiar o tal
crescimento econômico brasileiro. Diante deste fato, os bancos privados das
montadoras foram atrás do bonde e também "criaram" a sua taxa zero. À
custa de quê? Do aumento do preço do próprio veículo. Embutiram o custo da
operação no preço do automóvel, pois a conta não fechava. O custo do dinheiro é
de 10% a.a e estavam emprestando a 0% a.a. Sem perceber, quem pagou essa
conta foi o próprio consumidor, tanto o que financiou quanto o que comprou o
automóvel à vista.
Ora,
se o conceito de inflação é um aumento generalizado de preços, pode-se imaginar
a contribuição dada por essas operações ao índice inflacionário no ano de
2013.
O governo precisa rever as suas contas e
baratear o custo de operação da própria máquina pública, ao invés de usá-la ao
seu bel prazer para tapar as trapalhadas de uma política econômica equivocada.
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