4.10.2014

Petrobrás

Ainda me lembro que em uma aula de matemática financeira, meu professor falava sobre investimentos e uma das melhores opções eram as ações da Petrobrás. Analisamos os balanços dela e chegamos a índices inacreditáveis de liquidez, giro, rentabilidade, etc. O investidor precisava apenas escolher o momento certo para entrar no mercado. O investimento era sólido, coerente, com fundamentos. Isso foi em 2007.

Hoje, acabo de ler um artigo na Revista Exame que mostra a crise que a Petrobrás enfrenta. Usada como mecanismo de controle monetário e político pelo governo, a estatal que já esteve entre as cinco maiores companhias do mundo, encontra-se em uma crise que já consumiu dois terços do seu valor de mercado.

A auto-suficiência e o pré-sal anunciados com orgulho pelo nosso excelentíssimo Presidente Lula, em vez de melhorar a situação da companhia, pioraram a sua saúde financeira. Os investimentos na exploração do pré-sal são enormes e a extração é muito lenta. Hoje o pré-sal responde apenas por um quinto da produção total da empresa. Sem conseguir aumentar a sua produção e vendo o mercado exigir cada vez mais volumes de combustível, a Petrobrás é obrigada a importar diesel e gasolina a preços altíssimos gerando um viés econômico. Quanto mais ela vende , mais perde dinheiro pois vende abaixo do custo destes produtos.

A fórmula é simples e mostra o problema que a empresa está inserida. A produção de petróleo estagnou nos últimos anos o que diminuiu a geração de caixa da empresa, porém os investimento aumentaram muito, principalmente para o pré-sal. A consequência foi um aumento da dívida líquida da empresa e a desvalorização pelo mercado. Em 2010 a Petrobrás valia 236 bilhões de dólares. Hoje vale 74 bilhões de dólares. Foram pulverizados 68% do seu valor de mercado em 4 anos. Coincidentemente os 4 anos que nossa querida Presidente Dilma usa a estatal como instrumento político-econômico.

Um governo que não leva a política econômica a sério e usa diversas artimanhas contábeis para "fechar" as contas está quebrando não apenas o País, mas uma empresa que se algum dia fosse privatizada seria a maior petrolífera do mundo, sem sombra de dúvida. Caso o governo liberasse o preço dos combustíveis, é certo que a inflação estaria próximo dos 8%, bem longe da sua meta.

É preciso que o governo tenha vergonha na cara e admita a sua incompetência. Qual o legado que a Srª Dilma deixará para o nosso País? Bem ou mal os últimos governantes conseguiram deixar algum coisa escrita na história. Fernando Henrique deixou a estabilidade. Lula deixou a inclusão social. E Dilma? Talvez a pior crise que esse País já tenha visto desde a ditadura.

See You!




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